Acho que em tempos já mencionei aqui no blog, em tom de brincadeira, que qualquer dia ainda irá ser criado um subsídio sobre o ar que respiramos. Quem quiser respirar tem que pagar. E se calhar não estou enganado.Passos Coelho acabou de tomar posse como Primeiro Ministro e já entrou a matar. Muito se especulava acerca do subsídio de Natal, ainda com o anterior governo no activo. E muito sinceramente não fiquei nada surpreendido com este corte de 50% sobre o subsídio de Natal, sempre pensei que o governo fosse mais longe e cortasse mesmo esse subsídio. Ainda assim dou-me por feliz com a generosidade surpreendente do PM por me dar 50% para comprar as prendas de Natal. É um mãos largas, o sr. Passos Coelho. E o que se seguirá? Aumento do IVA para os 25%? Mais um corte nos salários dos trabalhadores da função pública? Mais umas quantas privatizações? Não sei onde isto irá parar, muito sinceramente.
Ainda sobre o subsídio de Natal, dei-me ao trabalho de fazer algumas contas que dão que pensar. Tendo em conta que esse corte apenas será aplicado a todos os trabalhadores que ganhem acima dos 485€ , ou seja o salário mínimo, não sendo afectados, irão receber no Natal 970€. Um trabalhador que ganhe 600€ recebe um ordenado mais os 50% do subsídio o que dá cerca de 900€. O que quer dizer que o trabalhador que ganha menos, talvez porque tenha menores qualificações, irá receber mais 70€ do que aquele que supostamente até tem um cargo maior e mais responsabilidade. Conclusão, este governo está a incentivar as pessoas a não estudarem para ter bons empregos, bons cargos. É preferível ganhar o mínimo dos mínimos, andar sempre a saltar de emprego em emprego ou até mesmo estar desempregado e viver do subsídio de desemprego. Isto está feito para quem não faz nada.
E há ainda outra questão. Os grandes empresários, trabalhadores por conta própria, que não têm um subsídio de Natal discriminado no seu recibo de vencimento, como irão eles contribuir neste corte, como cidadãos que são? E as grandes empresas particulares, como irá ser feito um controle sobre o pagamento desta taxa especial única?
O que vale é que é só este ano de 2011 que isto acontece, dizem eles. A ver vamos.
