quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Censurado

Nunca me pronunciei antes sobre o caso Maddie McCann, tenho uma opinião pessoal acerca do mesmo mas que prefiro não comentar. Serve este post para partilhar a minha indignação para com a notícia de ontem acerca do livro "A verdade da Mentira", escrito pelo ex-inspector da PJ, Gonçalo Amaral. Neste livro, este ex-agente relata a sua versão da história do estranho desaparecimento de Maddie, ele conta detalhadamente a sua "verdade". Ao que parece o casal McCann não gostou do que ali foi escrito, vá-se lá saber porquê. Decidiram então avançar com uma acção cautelar contra a divulgação do dito livro. Ontem, o tribunal Cível de Lisboa decidiu a favor dos McCann, proibindo a venda do livro e ordenando a retirada das lojas de todos os exemplares do livro, e todos os que estiverem em armazém irão ser entregues a uma depositária. A decisão impede ainda, tanto o autor como as editoras de falarem sobre o livro ou sobre qualquer outro assunto relacionado com as teses do desaparecimento da pequena Madeleine.

Ora, eu não sei onde isto irá chegar, mas estamos num país onde a censura é cada vez mais comum. Em Fevereiro passado o livro "A origem do Mundo" foi censurado numa feira de Braga por se considerar obscena a fotografia da capa, onde está exposto o sexo de uma mulher, da autoria de Coubert. Na semana passada, foi retirado do ar o "Jornal Nacional" de sexta-feira, do canal TVI, cuja apresentadora era Manuela Moura Guedes. Toda a gente sabe que aquele programa noticioso, bem como a jornalista em causa não eram bem vistos pelo actual governo. O programa foi retirado do ar, não se sabe bem porquê, por quem, nem quais as razões. Agora é o livro de Gonçalo Amaral que acaba de ser proibido. Não encontro justificação plausível para isto acontecer, pois o livro apenas relata a verdade dos factos investigada por Gonçalo Amaral. E doa a quem doer, o que lá está escrito não deixa de ser a opinião dele da qual ele dá provas. Estará a democracia na qual vivemos em risco de ruír? Parece que estamos a voltar ao tempo da outra senhora.

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