Mas uma coisa que não pode acontecer é os atletas virem lamentar-se com desculpas em relação às suas derrotas. Desculpas sobre o clima, a humidade do ar, a poluição em Pequim, os horários, etc, qualquer destas desculpas não abonam a favor deles. E nesse aspecto faço uma vénia a Francis Obikwelu ao proferir as seguintes palavras "Agradeço a todos, porque estiveram a ver-me na televisão, e peço desculpa. Estou a ganhar dinheiro, porque o povo português está a pagar para eu estar aqui, e não consegui chegar à final. Este é o meu trabalho e queria pelo menos dar uma final aos portugueses." Há sinceridade nestas palavras. Quem também poderia ter passado despercebido em relação à sua derrota, foi o lançador de pesos, Marco Fortes, não fosse o facto de vir para a televisão, dizer de boca cheia "Cheguei à conclusão que de manhã só estou bem na “caminha”. Lançar a esta hora foi muito complicado. Apesar de ter entrado bem na prova, com dois lançamentos longos com mais de 19 metros, no último as pernas queriam era estar esticadas na cama". Mas o que é isto? Expressões como "caminha" e "pernas esticadas na cama", vindas de um atleta olímpico...é mau, é muito mau. Eu não conhecia até aqui Marco Fortes, e penso que a grande maioria dos portugueses também não, se calhar por culpa do mediatismo e da importância que é dada ao futebol, esquecendo-se que existem outros desportos. Mas de qualquer forma, o comentário do atleta, conhecido ou não, não deixa de ser infeliz.
Outro assunto que queria comentar, é a insegurança e violência que o País está a atravessar. Falo do assalto ao veículo blindado na A2. Os ladrões estão a ficar cada vez mais profissionais, agora até explosivos usam. Mas convenhamos que foi um assalto perfeito e eficaz, sem mortos ou feridos, em plena auto-estrada, conseguindo roubar alguns milhões. Tão perfeito que até dá para desconfiar que os assaltantes poderão estar ligados à Prossegur, ou a uma identidade bancária, ou seja alguém que conhecia bem o trajecto daquele veículo. Mas especulações à parte, a verdade é que os assaltos não param e a violência urbana está a tornar-se exagerada. Tão exagerada que a imprensa não fala de outra coisa e, à falta de notícia, lá vem mais um directo no sítio do assalto, onde um câmera quase é atropelado e onde a imprensa não dá importância, por exemplo ao facto de , só na sexta feira, oito mortes aconteceram nas estradas portuguesas. Isso sim é muito grave. Oito mortes num só dia é lamentável e é uma tragédia que não tem fim à vista. E eu pergunto, onde estão as campanhas da prevenção de acidentes? Isso sim, poderia ser usado e explorado como notícia em vez de directos banais a ocupar tempo de antena.
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