quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Pobreza Zero

Por estes dias vai-se ouvir falar muitas vezes nela, já que no próximo dia 17 se assinala o Dia Mundial Contra a Pobreza e a Exclusão Social. É um drama que afecta milhões de pessoas em todo o mundo e que a todos diz respeito. Só em Portugal são cerca de dois milhões, um quinto da população portuguesa. São números alarmantes. E a tendência é para aumentar. Falo obviamente da POBREZA. É difícil defini-la uma vez que pode ser entendida sob vários aspectos, tais como necessidades materiais, falta de recursos económicos, carência social, ou mesmo a pobreza de espírito. É nos países menos desenvolvidos que ela se manifesta com mais intensidade, fazendo-se aí sentir uma acentuada percentagem de pobreza extrema. No entanto, ela está espalhada pelos cinco continentes e todos os países tem o seu índice de pobreza. Dela resultam consequências graves como a fome, doenças, falta de oportunidades de trabalho, discriminação, baixa esperança de vida, os sem-abrigo e mesmo instabilidade politico-social. As causas a ela associadas podem ser muitas, mas de entre as principais destacam-se os factores económicos, políticos, problemas de saúde e também naturais, como por exemplo as catástrofes.

Mas bastante mais preocupante é a pobreza infantil. São as crianças que mais sofrem com a pobreza, a maioria das vezes por culpa dos adultos. Um relatório recente da Comissão Europeia reporta que Portugal é o segundo país da UE onde o risco de pobreza infantil é maior. Este retrato negro é explicado por factores como a subida do desemprego, o baixo nível de vida e a elevada taxa de abandono escolar. Uma em cada cinco crianças portuguesas está exposta ao risco de pobreza, o que faz de Portugal o País da União Europeia, a seguir à Polónia, onde as crianças são mais pobres ou correm maior risco de cair nessa situação. É um problema grave ao qual deve ser dada a importância necessária. As crianças são o nosso futuro. É nelas que se devem centrar todos os esforços e ajudas possíveis.

E porque este é um assunto que a todos diz respeito, porque no futuro qualquer um de nós pode sentir na pele a pobreza, é urgente atacar as causas da pobreza e da desigualdade. Para combater a pobreza o Estado criou à cerca de dez anos o chamado Rendimento de Inserção Social (RSI). Este rendimento tem como objectivo ajudar as famílias mais necessitadas. Mas isto não é suficiente e outras medidas têm de ser tomadas ou Portugal corre o risco de se tornar o país mais pobre da UE. Mas com a crise internacional que se faz sentir neste momento, mesmo nos países mais desenvolvidos, é possível que os índices de pobreza venham a aumentar ainda mais. Cabe a cada um de nós e fica na nossa consciência ajudar, como pode e no que pode, aqueles que mais precisam. Porque amanhã poderemos ser nós a precisar de ajuda. Mas compete aos nossos governantes tomarem medidas drásticas, esquecerem um pouco as obras públicas, com as quais passámos bem até hoje, e com algum do dinheiro que os portugueses descontam para os impostos, fazer algo pelos mais necessitados.

Alguns números:

  • Todos os anos cerca de 18 milhões de pessoas (50 mil por dia) morrem por razões relacionadas com a pobreza, sendo a maioria mulheres e crianças.
  • 1 bilião e 100 milhões de pessoas, cerca de um sexto da humanidade, vive com menos de 1 dólar por dia.
  • Mais de 800 milhões de pessoas estão subnutridas.
  • Todos os anos cerca de 11 milhões de crianças morrem antes de completarem 5 anos.

[Wikipédia, DN, Eurostat]

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