
Como não tinha a certeza se regressaria da mesma estação do destino, só tirei bilhete de ida, pelo que para voltar tive de comprar novamente bilhete. Muito reticente lá me aproximei de mais uma destas máquinas já a antever o que me poderia acontecer. Primeiro contacto, o ecrã completamente sujo, cheio de dedadas e impressões digitais, qual antro de bactérias em excitação. Senhores da CP, se me estiverem a ler, sei que o país está a atravessar uma crise e tal, mas ao preço que estão os bilhetes, de certeza que ainda se arranjam uns trocos para comprar detergente e limpar os ecrãns das máquinas de vez em quando.
Hesitante, lá fui carregando nas opções apresentadas e mais uma vez tive imensa dificuldade em comprar o bilhete. Ora porque nem sempre a máquina correspondia ao que eu seleccionava (talvez derivado à sujidade), ou porque mais uma vez não aceitava as moedas. Dirigi-me para a bilheteira, mas após alguns minutos constatei que não existia. Tinha mesmo de comprar o bilhete naquele caixote metálico e verde. Nova tentativa, após alguma insistência lá acabou por me dar um bilhete cuja origem nem era aquela onde me encontrava. Como já tinha engolido as moedas, já nem quis saber, peguei naquele bilhete e fui para o comboio. Mais uma vez, máquina - 1/Eu - 0. Impressionante a forma como estes seres computorizados nos podem baralhar a vida e muito. Mas agora a sério, tenho saudades daqueles tempos em que era simples comprar um bilhete. Bastava seleccionar o destino, meter as moedas e pegar no bilhete. Era simples.