segunda-feira, 27 de setembro de 2010

As Bilheteiras Automáticas da CP

Sou só eu ou mais alguém já se apercebeu também do quão difícil é tirar um bilhete naquelas maquinetas de venda automática da CP? É que na última viagem que fiz de comboio, tanto na ida como na volta, o acto de comprar um bilhete foi um autêntico desafio. Ou então fui eu que tive azar. Na ida, primeiro a máquina não aceitava o dinheiro. Depois na hora de colocar as moedas na ranhura, esta não abria. E sempre que isto acontecia tinha de começar tudo de novo. Seleccionar destino, tipo de bilhete, se queria ida e volta ou apenas ida, se era um carregamento de cartão ou apenas um novo bilhete...enfim, logo de manhã a levar com uma máquina automática com vontade própria, com uma fila de gente impaciente atrás de mim a fazer pressão e a fulminar-me com o olhar para eu libertar a máquina, é coisa para começar bem o dia. Após umas cinco ou seis tentativas desisti, o comboio quase a chegar, e meti-me na fila para a bilheteira. Lá consegui apanhar o comboio a tempo. Máquina - 1(um)/Eu - 0(zero).

Como não tinha a certeza se regressaria da mesma estação do destino, só tirei bilhete de ida, pelo que para voltar tive de comprar novamente bilhete. Muito reticente lá me aproximei de mais uma destas máquinas já a antever o que me poderia acontecer. Primeiro contacto, o ecrã completamente sujo, cheio de dedadas e impressões digitais, qual antro de bactérias em excitação. Senhores da CP, se me estiverem a ler, sei que o país está a atravessar uma crise e tal, mas ao preço que estão os bilhetes, de certeza que ainda se arranjam uns trocos para comprar detergente e limpar os ecrãns das máquinas de vez em quando.

Hesitante, lá fui carregando nas opções apresentadas e mais uma vez tive imensa dificuldade em comprar o bilhete. Ora porque nem sempre a máquina correspondia ao que eu seleccionava (talvez derivado à sujidade), ou porque mais uma vez não aceitava as moedas. Dirigi-me para a bilheteira, mas após alguns minutos constatei que não existia. Tinha mesmo de comprar o bilhete naquele caixote metálico e verde. Nova tentativa, após alguma insistência lá acabou por me dar um bilhete cuja origem nem era aquela onde me encontrava. Como já tinha engolido as moedas, já nem quis saber, peguei naquele bilhete e fui para o comboio. Mais uma vez, máquina - 1/Eu - 0. Impressionante a forma como estes seres computorizados nos podem baralhar a vida e muito. Mas agora a sério, tenho saudades daqueles tempos em que era simples comprar um bilhete. Bastava seleccionar o destino, meter as moedas e pegar no bilhete. Era simples.

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