sábado, 17 de julho de 2010

O Estado da Nação

Por estes dias tem-se discutido na Assembleia da República o "Estado da Nação". E, não havendo incêndios para apagar e pessoas que morrem afogadas nas praias, os telejornais não falam de outra coisa. E a conclusão a que se chega, que não é de agora e por isso não é novidade, é que esta nação está doente, moribunda, decrépita, à beira da ruptura, irresoluta, completamente à beira de um ataque de nervos. E vai daí corta-se em tudo quanto é subsídios, aumenta-se o IVA, em suaves prestações que é para não doer tanto, cobram-se umas SCUT, aumentam-se os combustíveis, inventam-se umas taxas, etc, etc, tudo como uma forma de tapar o sol com uma peneira e continua-se a viver na ilusão de que este país um dia se irá erguer e fará jus ao nome de "nação". O país está em crise, disso ninguém tem dúvidas, mas mais que uma crise económica, este país não está a atravessar uma crise política, mas sim de políticos. Que tal começar a cortar nos ordenados dos senhores ministros, nos subsídios , nos prémios dos grandes empresários? Ou melhor ainda, cortar nas grandes obras públicas que pouco ou nada trazem de lucro ao nosso país. Por acaso alguém me perguntou se eu era de acordo que o dinheiro dos meus impostos fosse usado na construção de um aeroporto, ou nas linhas de um TGV? É triste insistirem com este tipo de obras quando existem hospitais públicos a cair de podres, estradas nacionais com autênticas crateras, escolas a fechar e o desemprego sempre a aumentar.
Quanto a vocês não sei, mas eu já me identifiquei mais com este país. Em tempos tive a oportunidade de emigrar, fazer pela vida num país estrangeiro que não era o meu. Mas recusei, por ser demasiado patriota, por ser muito pegado às minhas raízes. Hoje já não sei se fiz bem ou mal, mas eventualmente poderia estar mais bem servido.

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