sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Política e Fraldas

Sou apreciador de Eça de Queirós, gosto da sua obra, dos livros que escreveu. E em tempos ele citou uma frase "Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão". Sábias palavras as de Eça. Este homem poderia ainda hoje estar entre nós e estas palavras ainda fariam sentido. Um homem à frente, no seu tempo.
Vem isto a respeito dos últimos acontecimentos no sector politico do nosso país, que muito têm dado que falar. Já não bastava termos que enfrentar uma crise económico-financeira, agora estamos em risco de uma crise política. E se as coisas assim continuarem, isto pode descambar numa crise social. E se virmos bem as coisas, nenhuma delas conjuga, e se uma só já é mau, duas ou mais é o caos. É triste quando se põe em causa a credibilidade de um governo. E sim, falo em particular do nosso Primeiro Ministro e o caso "Freeport". Não me venham com a conversa de que isto surgiu porque estamos em ano de eleições e que foi a oposição que levantou a poeira. Não. Se virem bem as coisas, José Sócrates está constantemente a meter o pé na argola. Ou porque se suspeita de ter mentido aos portugueses acerca da sua formação académica, ou porque anunciou um relatório da OCDE mas que, afinal, era um relatório que segue de perto a abordagem e a metodologia da OCDE, ou porque é suspeito de corrupção no caso "Freeport", enfim, está constantemente a ser metido à prova. E depois vem defender-se com frases dirigidas à oposição, como a que proferiu ontem no Parlamento "Os senhores não suportam o sucesso do país, os senhores estão contra o sucesso do país (...) Têm apenas ciúmes e inveja". É intolerável viver num país em que o povo duvida da seriedade do Primeiro Ministro.
Este país está a precisar de uma grande mudança, de alguém com ideias puras, honestas e exequíveis a todos os níveis. Alguém com garra, que não pense apenas no seu umbiguinho e que apoie mais a classe média-baixa, que afinal são aqueles que não conseguem fugir aos impostos e que têm de pagar por erros que outros cometeram, como o caso do BCP e outros que tais.
Eu quero acreditar, fazendo uso do meu lado mais optimista, que vão ser reunidos todos os esforços para evitar que venha a acontecer uma crise política. Foi apenas um desabafo.

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