Fazem-se transportar numa bicicleta antiga, em dias frios e cinzentos, ao mesmo tempo que tocam numa gaita de beiços um som bastante peculiar. E foi com este som que eu hoje acordei. O senhor "Amola-Tesouras" que passou hoje pela minha rua logo pela manhã, fez-me viajar no tempo. Eram bastante frequentes na vila onde nasci e apareciam mais no Inverno. E aquele toque característico com que se faziam anunciar, levava as mulheres à rua com tudo o que eram facas e tesouras para afiar e também chapéus de chuva para reparar. Eles são especialistas em reparar as varetas partidas dos chapéus de chuva. Mas falo dos chapés robustos de antigamente e não daqueles que hoje compramos na loja do chinês.
Diz o ditado que quando eles passam e tocam a sua melodia, trazem chuva para o dia seguinte. Ainda me lembro da minha avó proferir tais palavras. Por isso amanhã, se o ditado não falhar, irá chover.
Na sua bicicleta transportam uma roda de amolar, a sua ferramenta de trabalho, o seu "ganha-pão". Mas parece que cada vez são menos, é uma profissão que está em vias de extinção, porque cada vez são menos as pessoas que se dão ao trabalho de ir a correr à rua para afiar facas ou tesouras. Soube bem regressar à minha infância, ao começar o dia.
Sem comentários:
Enviar um comentário