sábado, 25 de abril de 2009

Dias Intensos

Esta foi para mim uma semana bastante intensa. Mas como há coisas que "não acontecem só aos outros" e há riscos que têm, inevitavelmente, de ser corridos, tudo está bem quando acaba bem.
Na quinta-feira a T. foi internada para ser submetida a uma intervenção cirúrgica. Demos entrada no Hospital cerca das 13h00 e a operação que estava marcada para as 15h00, acabou por ir sendo adiada, tendo-se dado o seu início já por volta das 19h30. Acabou por ser cansativo, todo este compasso de espera, não só para quem vai ser operado, mas também para quem está ali a acompanhar e a torcer para que tudo corra bem, aumentando em duzentos por cento os graus de ansiedade e stress. Por volta das 21h30, e após ter jantado uma mini-sandes feita com pão de três dias, lá recebi a médica que operou, qual anjo descido dos céus, para me informar que tudo tinha corrido bem e que a paciente se tinha portado como uma verdadeira guerreira. Dali ia para o recobro, pelo que se avizinhavam ainda duas longuíssimas horas na sala de espera a ler pela enésima vez o jornal gratuito "Meia-Hora".
Alguns cafés depois lá veio a enfermeira dizer que a T. já estava a entrar para o quarto e eu podia estar (finalmente!) com ela. Ali conversámos um pouco, certifiquei-me se não tinha sido muito torturada, que estava inteira, e não querendo estar a cansá-la mais, despedi-me até ao dia seguinte. E eis que, passadas onze horas dentro de um Hospital, morto de cansaço, me dirijo para o meu carro afim de ir para casa descansar. E é quando me deparo com o espectáculo que pode ser visto na foto. Sim, assaltaram-me o carro.Era tudo o que eu mais queria e precisava ao fim de um dia intenso como aquele. E houve um filho-da-puta que me deu esse prazer. E a esse filho-da-puta eu só desejo uma coisa, que lhe nasça um pinheiro (não dos bravos, mas sim dos mansos, que têm a copa mais larga) pelo cu acima e que dê pinhas do tamanho de abóboras! Se há coisa feia de se fazer é invadir e destruir propriedade alheia, mas cada vez mais este tipo de situação acontece neste país e um dia tinha de chegar a minha vez. Felizmente não tinha valores nem dinheiro no carro para levarem, penso que seria disso que andavam à procura, pois não encontrei indícios de quererem furtar a viatura. Mas da chatice de ter de activar o seguro, pagar o vidro e ainda ficar com a viatura imobilizada, já ninguém me livra.
Não menos caricato foi o que aconteceu de seguida. Tudo isto deu-se junto ao Centro Comercial Colombo, zona conhecida pelos seus frequentes assaltos. Eu fui só mais uma vítima. Aproveitei o facto de estar uma esquadra da PSP ali mesmo a dez metros (sim, o meu carro foi assaltado a dez metros de uma esquadra da Polícia), para ir fazer queixa do sucedido. Fui barrado à porta por um dos polícias de serviço que me questionou o que pretendia. Lá lhe coloquei o meu problema, no qual ele se borrifou completamente, desculpando-se que só tinham um computador e que estava a ser usado pois tinham outro caso em mãos, para além de que a esquadra encerrava à 01h00. De facto deparei que se encontravam lá dentro, algemados, dois indivíduos com muito mau aspecto. Só pensei e desejei para mim que aqueles manfias tivessem sido os que me assaltaram o carro. Então o senhor polícia sugeriu que eu me deslocasse á esquadra mais próxima (Carnide) que ficava a trezentos metros. Recusei, dizendo que não o faria na minha viatura, pois pretendia que fosse vista no local pela autoridade e a pé seria arriscado, tratando-se de uma zona mal iluminada e com grande índice de criminalidade. Disse-me então para ligar para o 112 e aguardar junto da viatura. Com os nervos em franja, lá liguei e do outro lado mandaram aguardar. Na altura nem pensei. Eu podia simplesmente ter pedido ao Sr. agente para ligar ele para a esquadra mais próxima, ou mesmo via rádio ele podia ter feito isso. Mas com a adrenalina do momento, liguei para o 112 e aguardei. Aguardei aqueles que talvez foram os vinte minutos mais assustadores da minha vida. Eu nunca me senti tão acagaçado. Quando dei por mim, estava completamente sozinho, no meio de uma rua escura, onde mal se via vivalma e completamente exposto e pronto a ser duplamente assaltado. Só aí se fez luz e me apercebi do quão estúpido fui em aceitar aquela sugestão do polícia .
Por fim lá chega o carro da PSP de Carnide, com dois agentes ensonados, que me dizem que tenho seis meses para apresentar queixa (apresentei-a em menos de seis horas) mas que, não tendo havido furto de valores, a queixa não iria servir de nada, pois não havendo provas, apenas iria servir para dados estatísticos. Tenho pena que assim seja e que mais não possa ser feito e que quem provocou tudo isto não tenha de pagar pelo que fez. Mas a sensação de sermos vítimas de assalto e sentirmo-nos impotentes e desprotegidos, é deveras muito má, e isso eu senti-o na pele. É também lamentável o facto de uma esquadra de Polícia estar equipada apenas com um computador. Tanto dinheiro que se gasta em futilidades neste país, quando poderia estar a ser usado para equipar e modernizar tecnologicamente as nossas esquadras. Enfim.
Entretanto a T. já teve alta, já está em casa, a recuperação está a ser eficaz e a vida continua, apesar dos percalços pelo meio, mas continua, porque para a frente é o caminho.

6 comentários:

Daniel C.da Silva disse...

Bem, umas atrás das outras. Compreendo a tua raiva. Dass...

O que interessa é que T. está melhor e a recuperar. Quanto ao resto, vao-se os aneis fiquem os dedos mas compreendo que fica uma revolta...

Try to be cool..

Abraços

cristina disse...

ainda bem que a T.(suponho que seja esposa)esta melhor,foi operada ao q?
qt aos assaltos vamos de mal a pior,isto ta a ficar bastante perigoso

Rubia disse...

aaaahhhhh meu Deus! devias estar estourado! ainda fizeste esses kms todos até casa? caneco!Deixa la esse dia ja passou! e a moiçoila ta boa!
(e vais ter um carro novooo hihihih)

Célio Cruz | Sweet Gula disse...

Sim, ainda vim de Lisboa até casa, com o vidro partido (poupei no ar condicionado), mas não ganhei para o susto e a preocupação. Acaba sempre por ser chata uma situação destas. Mas o importante é que a gaja tá bem.

Daniel C.da Silva disse...

a gaja? oops ;)

eu mesma! disse...

Realmente não sabia que tinhas tido um resto de noite em grande.... é lamentável, mas é país em que vivemos.... beij